No seu livro chamado Antifrágil — Coisas que se beneficiam do Caos, Nicholas Taleb oferece algumas heurísticas simples para ajudar as empresas e os indivíduos a prosperar em uma vida agitada com volatilidade. Antes de fazer isso, Taleb argumenta que pessoas / sistemas / organizações / coisas / ideias podem ser descritas de uma das três maneiras: frágil, resiliente ou antifrágil.
Coisas que são frágeis quebram ou sofrem com o caos e aleatoriedade. Sistemas, pessoas e coisas frágeis procuram tranquilidade porque têm mais a perder do que ganhar durante tempos incertos. Mas no mundo VUCA em que vivemos, não existem águas calmas por muito tempo.
O resiliente, ou robusto, não se importa se as circunstâncias se tornaram voláteis ou perturbadoras (até certo ponto). Eles permanecem estáveis em tempos de adversidade e tranquilidade. A resiliência, ou robustez, é certamente mais desejável que a fragilidade. Devemos fazer tudo o que pudermos para tornarmos a nós mesmos, nossos negócios e nossa sociedade mais resilientes diante da volatilidade. Mas Taleb argumenta que apontar apenas para a resiliência é frouxo. Isso porque você está essencialmente se conformando com o status quo. Claro, quando as coisas são resilientes, você se recupera da adversidade, mas acaba se recuperando do estado em que estava antes da queda.
Para ser verdadeiramente eficaz em um mundo em turbilhão com complexidade, aleatoriedade e risco, você não pode parar no estado de resiliência. Sempre que puder, você deve sempre encontrar oportunidades para realmente crescer a partir de desordem, volatilidade e adversidade. O objetivo deve ser ir além da resiliência simples e se tornar antifrágil.
As coisas que são antifrágeis crescem e se fortalecem com a volatilidade e o estresse (até certo ponto). Quando pessoas ou sistemas são antifrágeis, há mais vantagens do que desvantagens quando ocorrem eventos aleatórios e caóticos.
Como Taleb aponta várias vezes ao longo do seu livro, a natureza fez um trabalho fantástico implantando a antifragilidade em organismos e sistemas. Nossos corpos possuem antifragilidade incorporada de várias maneiras (músculos e ossos, por exemplo). Outro exemplo é como nosso corpo responde ao jejum. Quando ficamos sem comida por longos períodos de tempo, nosso corpo libera hormônios que realmente nos tornam mais fortes e mentalmente mais aguçados. Essa resposta antifrágil faz sentido. Nossos ancestrais de homem das cavernas evoluíram numa época em que a aquisição de alimentos era escassa e aleatória, de modo que nossos corpos evoluíram para se adaptar a esse ambiente.
Taleb também argumenta que as tradições humanas têm antifragilidade dentro delas. Mas eles se desenvolveram por uma razão e sobreviveram por muito tempo porque serviram a algum propósito. De acordo com Taleb, as tradições são muitas vezes apenas heurísticas testadas pelo tempo que tornam a vida em um mundo aleatório e volátil gerenciável. Por exemplo, os ritos de passagem têm sido empregados em culturas de todo o mundo para permitir que os rapazes tenham uma noção clara de quando se tornaram homens e assumem responsabilidades adultas, em vez de deixá-los confusamente chegarem à idade adulta. Através dessas cerimônias de amadurecimento desafiadoras e muitas vezes dolorosas, um jovem emerge mais forte do que antes.
Esse poderoso conceito é resumido na figura abaixo. O mito da espada de Democles representa algo frágil, que pode perecer a qualquer momento. O mítico pássaro Fênix representa algo resiliente. Renascido das cinzas. E o mito da Hidra representa o antifrágil. Corte uma cabeça e nascem duas.
Algumas diretrizes gerais para atacar a fragilidade incluem:
O método Kanban, criado por David Anderson e popularizado pela comunidade Lean Kanban, é um método leve e orgânico de promover melhoria contínua em organizações de qualquer tipo. Ele pode ser trabalhado de forma isolada ou em conjunto com outros métodos ágeis, como por exemplo o Scrum ou M3.0. E pode ser usado para organizar portifólios complexos de projetos, projetos, desenvolvimento de produtos ou até mesmo tarefas rotineiras. Isso o torna muito versátil.
Mas como podemos usar o Kanban para atacar ambientes e sistemas frágeis?
Aqui entra um recente modelo que foi desenvolvido sobre o Kanban, que é o KMM. O Kanban Maturity Model consolidada mais de 10 anos de experiência na implementação do Kanban em diversos setores, em empresas de pequeno a grande porte. Use-o para obter um melhor senso de realização, fornecer melhores produtos e serviços, encantar seus clientes e obter resultados de negócios superiores.
O portal do KMM com recursos iniciais para praticas Kanban está nesse site: https://www.kanbanmaturitymodel.com
Um primeiro livro também já foi publicado também.
O Kanban Maturity Model mapeia as práticas Kanban típicas, bem como os valores culturais em relação aos 7 níveis de maturidade organizacional. Isso o torna uma ferramenta poderosa para implementar iniciativas Kanban e ajudar as empresas a melhorar sua agilidade.
Vamos resumir os níveis abaixo.
Nível 0 — Desatento (Frágil)
A organização é alheia à necessidade de processo. Indivíduos concluem tarefas com pouca colaboração de equipe.
Nível 1 — Focado em Times
A definição do processo está surgindo, mas pode ser aplicada de forma inconsistente. Existe um conceito de equipes e colaboração, mas o alinhamento ainda é ruim. O heroismo de indivíduos é ainda comum para resolver crises.
Nível 2 — Focado no Cliente
Processos básicos, fluxo de trabalho e políticas são estabelecidos e seguidos de forma consistente, mas os resultados desejados ainda são inconsistentes. Qualidade e prestação de serviços são desiguais. Aprimoramentos como os limites de WIP por pessoa são focados internamente. O comportamento é reativo, não proativo.
Nível 3 — Moldado para o Propósito (Fit for Purpose)
Processos, fluxos de trabalho e políticas são compreendidos e consistentes. Definições de serviço e acordos são claros e definidos. Um sistema de tração kanban está em pleno funcionamento. Os resultados desejados são alcançados de forma consistente. A prestação de serviços é adequada para o propósito da organização. Os clientes estão satisfeitos
Nível 4 — Com cobertura de riscos (Resiliente)
Aqui temos o uso de métricas e loops de feedback sofisticados. Classes de serviços gerenciados ativamente e recursos compartilhados. A capacidade é deliberadamente alocada e ajustada intencionalmente. Os resultados econômicos são consistentes. Os gerentes estão satisfeitos.
Nível 5 — Líder de Mercado
Otimizado para eficiência e melhores resultados econômicos. Uma cultura de melhoria contínua surge. Uso de análise quantitativa, loops de feedback, experimentos e melhorias conduzidas pelo modelo.
Nível 6 — Desenhado para durar (Antifrágil)
Permite alinhar continuamente a estratégia às capacidades operacionais. Ele é “Construído para durar!” e pode suportar grandes mudanças do mercado.
O KMM compila, ao longo desses sete níveis, 150 práticas para você usar no seu dia a dia para melhorar times, empresas e sistemas de trabalho. Essas práticas são organizadas ao longo ds seguintes dimensões de conhecimento:
Irei publicar aqui, ao longo das próximas semanas, um série de artigos sobre o KMM descrevendo as dimensões de conhecimento e níveis para lhe trazer um resumo desse livro e das suas principais práticas.
Pare de Começar e Comece a Terminar, Motto Kanban
Originally published at http://marco-mendes.com on July 4, 2019.